Johan Carl Scholtz Açores

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Johan Carl Scholtz Açores

#104252 | António Franz | 31 out 2005 23:22

Caros participantes

Gostaria de obter informações sobre Johan Carl Scholtz, cônsul da Prússia na ilha de São Miguel nos Açores, mandou edificar o solar da Arquinha em Ponta Delgada e proprietário do solar das Socas na Ribeira Grande.

Com os melhores cumprimentos

António Francisco Cota

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RE: Johan Carl Scholtz Açores

#104268 | mccantobrum | 01 nov 2005 10:44 | Em resposta a: #104252

Bom dia,

"João Carlos Scholtz era Prussiano, teve nesta cidade opulenta posição comercial e corespondente representação na sociedade.
- Entre a nossa colecção de autógrafos temos uma carta que o Marquês de Sabugosa lhe escreveu de Lisboa, agradecendo plantas e pedindo outras raras que indicava.
A casa em que fez a vistosa iluminação, devia ser aquela que há bom meio século ocupa o Club Micaelense. Sabe-se que a adquirira da antiga e ilusre casa Faria e Maia, para se pagar de reparos (perfeições, como lhes chamava) que nela ia fazer devidamente autorizado.
Este mesmo Scholtz fez nas Socas uma residência grandiosa, quase fantástica, que o Sr. Visconde de Faria e Maia descreveu no seu romance Cavalheiros de África, e da qual ainda à pouco se admiravam as ruínas. Demonstra isto a grandeza dos meios de que dispunha. Aquela faustosa habitação, segundo nos informam, vai agora ser demolida para se apurar dinheiro pelo material!
Teve dois filhos Henrique e Francisco; e duas filhas Maria Isabel e Emília. Sabemos isso por cartas da nossa referida colecção de autógrafos feitos pelos três dirigidas ao irmão Henrique. O Francisco S. Sholtz, passando-lhe recibos em 1825 de quantias recebidas por conta da herança paterna.
As filhas residiam em Lisboa, ambas casadas. Maria Isabel Peter já em 1830 e 1831 expunha a estreiteza de meios em que vivia, pedindo recursos a sua legítima, falando em lágrimas que tinha chorado e desgostos que tinha tido com Cristiano (decerto seu marido) por causa do dinheiro que esperava; e esta mesma ainda em 1854 fazia idênticos pedidos, aduzindo que se via na idade em que necessitava de um certo bem estar de que poda estar gozando sem ser pesada a ninguém.
Emília Scholtz em 1847 dava notícias ao irmão Henrique da guerra civil que então havia, mostrando-se partidária da raínha, a causa da qual serviam seus dois filhos Júlio e António, que militavam no exército comandado pelo Marechal Saldanha.
Dizia também que a baixa das notas a faziam perder imenso, vendo-se em circunstâncias de não poder pagar a renda das quatro paredes em que morava, pelo que também pedia ao irmão meios dos que ainda por aqui tinha: em 1851, noticía ao mesmo irmão ter ouvido em S. Carlos a grande cantora Scholtz e a também afamada Novelli, e pedia-lhe certidão de idade do filho António que naquele ano completava 25.
Possuímos também ofício de Junta Governativa deste distrito, participando a Henrique Scholtz como Cônsul Prussiano, a sua aclamação em 25 de Outubro de 1849.
O último dos Scholtz que aqui conhecemos foi Joao Carlos Scholtz sobrinho do primeiro deste nome que entrou para o seviço da junta administrativa das obras do Porto Artificial, em 1846"

As "Escavações" de Francisco Maria Supico, Volume III pag. 979.

Melhores cumprimentos,
Conceição van Zeller

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RE: Johan Carl Scholtz Açores

#104281 | António Franz | 01 nov 2005 13:32 | Em resposta a: #104268

Cara Conceição van Zeller

Agradeço-lhe a informação prestada.
O solar das Socas foi propriedade de uma trisavó minha Maria Adelaide Bttencourt Galvão, filha de António Pedro Bettencourt Galvão e de Maria Laura do Rego e Sá, e neta materna de Carlota Augusta Emília Scholtz.
A propriedade das Socas foi adquirida à Maria Adelaide Bettencourt Galvão pelo Dr. Paz Ferreira, e alguns dizem que realizou obras no solar.
Quem tem uma foto desta propriedade são os descendentes de Manuel Óscar Bettencourt Galvão, residentes em Lisboa.
O solar da Arquinha foi adquirido pelo Estado e hoje em dia é uma escola pública.
Na obra "Quintas, Jardins e Parques da Ilha de São Miguel" de Isabel Soares de Albergaria vem a referência de que foi Johan Carl Scholtz que introduziu o cultivo da beterraba nas ilhas.

Muitos Cumprimentos

António Francisco Cota

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RE: Johan Carl Scholtz Açores

#316620 | costaseixas | 05 nov 2012 16:52 | Em resposta a: #104268

Muito boa tarde

Foi com agrado que encontrei toda esta informação sobre meu 5º avô Johan Carl Scholtz. Descendo de sua filha Emília casada com Coronel José Leonardo Teixeira Homem de Brederode. Seu filho António Xavier casou em 2 nupcias com sua sobrinha afim Sofia van Zeller de Souza e Barros Leitão da Carvalhosa Dá Mesquita e Macêdo meus trisavós.
Penso ainda este ano ir a São Miguel passar uns dias. Grato ficarei me informem se ainda há "vestígios" deste meu antepassado e de sua mulher Emília da Câmara Hayes bem como alguns parentes que por S. Miguel tenham ficado. A tradição famíliar não fazia "grandes ausências" ao tio Henrique Scholtz!! Deste estou certo não houve descendência!! De Emília Scholtzminha 4ª avó apenas há descendência de Eugénia Teixeira Homem de Brederode e de sua irmã Helena Teixeira Homem de Brederode
Agradecendo toda a atenção

Eduardo da Costa Seixas

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RE: Johan Carl Scholtz Açores

#316687 | acota | 06 nov 2012 12:41 | Em resposta a: #316620

Caro Eduardo da Costa Seixas

Sobre o João Carlos Scholtz ainda falta muito para desbravar e sobre a sua descendência.

Nestes anos consegui apurar alguns dados, visto descender da irmã da Emília Carlota Scholtz, a Carlota Augusta Emília Scholtz.

Esta família Scholtz era natural da cidade de Breslau, que passou para a Polónia após a 2ª Grande Guerra, e estabeleceu-se na ilha de São Miguel, onde como sabe teve descendência.

João Carlos Scholtz mandou edificar pelo menos duas residências, uma na Arquinha que ainda existe mas devoluta, e outra nas Socas que foi demolida, parece que ainda há alguns vestígios de uma casa de fresco.
A residência urbana era no edifício onde hoje está instalado o Club Micaelense, apesar de haver algumas fontes que digam o contrário. O edifício pertencia à família Machado de Faria e Maia que a alugou à família Scholtz, a qual fez várias obras de remodelação, passando depois para Maria Ana Guilhermina Fisher, em meados do século XIX.
Os traços arquitectónicos denotam influência inglesa e germânica, além de portuguesa, do século XVIII para o XIX, no dimensionamento dos vãos e outras características, mas há fontes que dizem que habitavam noutro edifício pertencente à família Andrade de Albuquerque, que se encontrava devoluto em 2007.

Sobre a descendência Peters tenho alguns dados: Carlos Joaquim Peters mandou construir pelo menos um edifício de habitação, próximo à Avenida da Liberdade em Lisboa, que ainda existe e em bom estado, e parece que foi casado com uma senhora chamada Laura.

Se quiser pode ficar com o meu email: antoniofranciscocotafevereiro arroba gmail.com

Cumprimentos

António Francisco Cota

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